O documento “Requisitos Técnicos Mínimos para Conexão às Instalações de Transmissão”, revisado em 2023, estabelece uma série de diretrizes essenciais para garantir a conexão segura e eficiente de diferentes tipos de usinas de geração de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Este sistema é crucial para a distribuição de energia elétrica em todo o Brasil, e os requisitos abordados no documento são fundamentais para manter a integridade e a estabilidade das operações.
Conteúdo
- 1 Objetivo dos Requisitos
- 2 Requisitos Gerais
- 3 Sistemas de Proteção, Supervisão e Controle
- 4 Conexão de Usinas Hidroelétricas e Termoelétricas
- 5 Conexão de Centrais Geradoras Eólicas e Fotovoltaicas
- 6 Conexão de Cargas e Instalações de Importação/Exportação
- 7 Áreas de Subestação e Arranjo de Barramento
- 8 Conclusão
Objetivo dos Requisitos
Os requisitos técnicos mínimos têm como principal objetivo estabelecer padrões claros para a conexão de novas usinas de geração de energia às instalações de transmissão já existentes, bem como para a manutenção das conexões atuais. Isso inclui balizar as ações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no que diz respeito a proposições de ampliações, reforços e melhorias nas instalações sob responsabilidade dos agentes de transmissão. Além disso, o documento fornece informações detalhadas para novos usuários que pretendem se conectar ao sistema, auxiliando no desenvolvimento de projetos que respeitem os padrões exigidos.
Por outro lado, os usuários já conectados também são orientados a manter suas instalações atualizadas conforme as evoluções tecnológicas e normativas, assegurando que todos os pontos de conexão continuem a operar dentro dos limites de desempenho estabelecidos. Dessa forma, o documento não apenas padroniza as conexões, mas também promove a melhoria contínua e a adaptação às novas exigências do mercado e da tecnologia.
Requisitos Gerais
Os requisitos gerais estabelecem que todas as conexões às instalações de transmissão devem atender aos padrões de desempenho definidos no Módulo 9 do Procedimentos de Rede, que aborda indicadores específicos como a Qualidade da Energia Elétrica (QEE). Esses indicadores são essenciais para garantir que a conexão não comprometa a estabilidade do sistema. Além disso, o documento enfatiza que a responsabilidade pela conformidade com esses indicadores é compartilhada entre todos os agentes envolvidos, incluindo tanto os responsáveis pelas instalações de transmissão quanto os geradores de energia.
Outro ponto importante é a necessidade de conformidade com normas técnicas estabelecidas por entidades como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), International Electrotechnical Commission (IEC), e American National Standards Institute (ANSI). Em casos onde essas normas não cobrem aspectos específicos exigidos pelas condições brasileiras, o documento permite a adoção de recomendações do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), desde que aprovadas pelo ONS.
Sistemas de Proteção, Supervisão e Controle
Uma das seções mais críticas do documento aborda os sistemas de proteção, supervisão e controle, que são fundamentais para a operação segura das instalações de transmissão. Esses sistemas incluem:
- Sistemas de Proteção: São essenciais para evitar danos às instalações e garantir a continuidade do fornecimento de energia. O documento especifica que esses sistemas devem ser capazes de identificar e isolar falhas rapidamente, minimizando o impacto no SIN.
- Sistemas de Supervisão e Controle: Garantem que o ONS e outros agentes possam monitorar e controlar as operações em tempo real, permitindo respostas rápidas a qualquer anomalia.
- Sistemas de Medição para Faturamento: Esses sistemas são importantes para garantir a precisão na medição da energia transmitida, o que é crucial para o faturamento correto e a distribuição justa dos custos entre os agentes.
- Sistemas de Telecomunicações: Esses sistemas asseguram que todos os dados e informações necessários para a operação e controle das instalações de transmissão sejam transmitidos de forma rápida e segura.
Conexão de Usinas Hidroelétricas e Termoelétricas
O documento também dedica uma seção específica aos requisitos técnicos para a conexão de usinas hidroelétricas e termoelétricas. Estes requisitos são aplicáveis a unidades geradoras com potência total superior a 30 MW, conectadas de forma individual ou compartilhada. A principal preocupação nesta seção é garantir que as usinas possam operar de forma eficiente em diferentes regimes de frequência e tensão, sem comprometer a estabilidade do sistema.
Além disso, o documento especifica os requisitos para os sistemas de excitação e regulação de frequência, que são cruciais para manter a estabilidade da rede durante variações de carga e eventos de curto-circuito. A capacidade das usinas de operar de forma isolada (ilhada) em caso de falhas no sistema também é abordada, o que é especialmente relevante para garantir a continuidade do fornecimento em situações de emergência.
Conexão de Centrais Geradoras Eólicas e Fotovoltaicas
Outro ponto de destaque são os requisitos técnicos para a conexão de centrais geradoras eólicas e fotovoltaicas. Com o crescimento significativo dessas fontes de energia renovável no Brasil, é essencial garantir que suas conexões ao SIN sejam realizadas de forma que contribuam para a estabilidade e eficiência do sistema.
O documento especifica que essas centrais devem ser capazes de operar em diferentes modos de controle, incluindo controle de tensão, controle de potência reativa e controle de fator de potência. Além disso, é exigido que elas possuam mecanismos para suportar variações temporárias de tensão, injeção de corrente reativa em casos de falhas e a capacidade de contribuir para a estabilidade da frequência do sistema, através de inércia sintética.
Conexão de Cargas e Instalações de Importação/Exportação
Além das usinas geradoras, o documento aborda os requisitos para a conexão de cargas e instalações de importação e exportação de energia. Essas diretrizes são essenciais para garantir que a conexão de grandes consumidores de energia, bem como de fluxos internacionais de energia, não comprometa a segurança e a confiabilidade do SIN.
Áreas de Subestação e Arranjo de Barramento
Por fim, o documento discute as condições gerais para o acesso às áreas de subestação e o arranjo de barramento. Esses aspectos são críticos para garantir que a expansão das subestações e a configuração dos barramentos estejam alinhadas com as necessidades do sistema, permitindo a integração eficiente de novas usinas e a modernização das instalações existentes.
Conclusão
Em resumo, o documento “Requisitos Técnicos Mínimos para Conexão às Instalações de Transmissão” é um guia abrangente e detalhado que estabelece as diretrizes necessárias para a conexão segura e eficiente de diferentes tipos de usinas ao SIN. A conformidade com esses requisitos é essencial para manter a estabilidade e a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro, além de promover a integração de novas tecnologias e fontes de energia. Documento na íntegra pode ser encontrado em no Site da ONS: